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segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Vc. é nobre!





Queria um cantinho em suas finíssimas artérias.
Percorrer seu corpo em pleno gosto de jabuticaba.
Sair em disparada ao encontro dos seus sonhos.
Sonharíamos como muito fiz antigamente.
Desde o dia como protegi seu corpo com a primeira pijaminha.
Na verdade foi eu que fiquei apaixonado por sua leveza.
Não esqueço seus passos em barro por galináceas espantar.
Tudo lindo quando enxotava-as ao meu observar.
Quanta doçura, quanta alegria, que cena inesquecível.
O tempo foi passando e o sertão ficou lá.
Continuamos no sertão - já na cidadezinha, mas a terra molhada me apaixonava.
Momentos difíceis.
Chorava por não conseguir lhe ofertar o que minhas lágrimas me diziam.
Vendi meu velho Dakar.
Fui na fábrica trabalhar.
Nada de novo acontecia.
Deixei-o e voltei prá capitá.
Sempre na expectativa de sentir o seu cheiro, o seu dormitar.
Tempos depois vc. pode comigo ficar.
Escolinha, aulas de judô, vida dura - mas vc. estava presente.
Por razões diversas e angustiantes o meu já rapaz se foi.
Hoje nos vemos nas férias e conversamos virtualmente, sempre.
Que pena!
Logo vc. que amo loucamente!
Lamento meu filho.
Sei que acredito muito na sua pureza, talento, justiça...
Não posso afirmar nada em relação ao amanhã.
Que pai amordaçado vc. foi ter.
Peço à Deus que cuide dos seus dias.
Tenho certeza do zelo e cuidado que sua mãe tem para contigo.
Mas meu filho amado, acredite o quanto quero seu bem.
Fico abestalhado quando vejo sua discrição e respeito pelas pessoas.
Hoje não foi dia de fazer nenhum verso poético ou coisa parecida.
Fica o registro do quanto admiro sua forma de ser.
Daquelas lembranças do sertão e quando nos encontramos.
Estude filho!
Continue sendo essa pérola, esse menino de ouro.
Vá em frente com fé e segurança.
Seja cauteloso e saiba ouvir os seus mestres.
Ame a vida.
Ame sua mãe.
Não esqueça deste pai.
Sem promessas; mas crendo no seu sucesso e lucidez.

Te amo eternamente.


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