Escrever é ficar sentado, pensando, pensando, pensando...
Pronto - bunda na cadeira e não estorvar, desembaraçar.
Tempo que rompe limites, nesse mundão de meu Deus.
Horas dá prazer, outras é fazer por fazer. Inexplicável.
Podemos falar da morte, da sorte, simples ou desconexo.
Escrever é coisa de dar em doido.
Seu manicômio.
Sua terapia.
Droga do prazer.
Vontade intransferível.
Teia de aranha.
Escrever é um ato sublime.
Termina às guerras.
Promove o sorriso.
Descansa fuzis.
Bandeira da paz.
Escrever é soltar o verbo.
Deslocar-se no infinito.
Ficar aflito.
Chamar o endo-amor.
Chorar por sorrir.
Escrever é um mistério.
Nunca tem inicio nem fim.
Segue como cachoeira.
Transpõe barreiras.
Logo chega-se ao mar.
Escrever é um magnífico prazer.
Por tudo podes conceber.
Um sorriso de criança.
Os arroubos da adolescência.
Morte senil por ti receber.
Escrever é litúrgico.
Sacrilégio?
Preconceito religioso?
Forma pré-definida?
É laico.
Escrever não tem forma é mórfica.
É independente. Único exemplar.
Como uma proteína, uma enzima, uma vida.
Nisso, por escrever transitas em qualquer espaço.
Existe na sua própria complexidade.
Escrever é de extremo prazer.
É um direito de todos.
Literalmente democrata.
Não precisa do voto.
Lhe faculta existir.
Escrever é trazer o passado.
Chancelar o presente.
Prever o futuro.
Ressuscitar mortos.
Fazer dá vida um novo nascer.
Escrever é uma arte que revigora a alma !
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