ABSTINÊNCIA.

Ficar sem escrever e quase que uma abstinência.
A corpo fica sem a droga, o alimento a alucinação.
Não importa sua redação, tente sentir emoção.
Num guardanapo, num prato, numa toalha ou num mural.
Escreva as mais loucas emoções. Habitue-se.
É como amar e ser correspondido, escondido entre laranjais.
Escrever é sem sombra de dúvidas um ato sublime.

É mais comodo as mensagens audiovisuais.
Receber e perceber informações televisivas é mais comodo.
Talvez por este mundo atribulado em que vivemos.
Todavia são esquecidas com mais rapidez.
Redigir requer mais astúcia, preparo, conhecimento.
Estamos no mundo das informações globalizadas.
Verdadeira salada de frutas em dicotomia.

Criar histórias fictícias ou reais é um trabalho exaustante.
Acima de tudo nos toma muito tempo e tempo é dinheiro.
Agora imagine um mundo sem livros.
Aonde arrancaríamos informações?
Como saberíamos a respeito das histórias e seus personagens?
De que forma nutriríamos nosso cérebro?
Sem os livros a desordem seria geral.

São folhas que normatizam e estabelecem regras.
Até que burlamos em interesse próprio.
Mas o que está em discussão é escrever e pensar.
Registrar os fatos históricos, os contos, a poesia, o organismo literário tomar forma e ordem.
Alguns foram abençoados na criatividade e excelência.
Já outros com muito esforço mudaram a história.
Mas tudo ou quase tudo, foi chancelado pela palavra, por seu poder.

Palavras podem até não resolver, curar...mas sem elas o mundo seria um pandemônio.
Imagine os povos em extremo silêncio.
Viveríamos do olfato, do som, do só admirar, do isolamento pensante?
Imagine o sexo sem os seus rompantes ofegantes que chegam a falar.
Aprendemos a falar primeiro, logo precisamos escrever sobre nossas emoções e aprendizados.
Escrever é algo gostoso de se fazer. Inspiração que expira do coração!
Seria bom que o povo lesse com maio intensidade - fosse o que fosse.

Sou grato aos livros e aos seus escritores !