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quinta-feira, 24 de julho de 2014

POESIA.





Sempre acho que não sei fazer.
Nem de noite, nem de dia.
Talvez na madrugada.
Por uma dor que possa ter.

Sempre acho que não sei fazer poesia.
Sinto afasia, da agonia, silêncio.
Por vezes até arrisco.
Cisco, le petit,

Sempre acho que não sei fazer poesia.
Sinto maresia, claustrofobia, incólume.
Penso em Drummond, Pessoa, Joãos e José.
Me calo num asfalto qualquer.

Sempre acho que não sei fazer poesia.
Lógica, ilógica.
Momento por viver.
Impessoalidade, sou direto e afeto.

Sempre acho que não sei fazer poesia.
Até amo Maria.
Sua cortesia.
Seus cachos a mim endoidecer.

Sempre acho que não sei fazer poesia.
Queria até aprender.
Quadrantes e métricas de difícil conceber.
Mas queria aprender!

Sempre acho que não sei fazer poesia.
Talvez até não precise saber.
Poesia adoça a alma.
Extraí sua calma, um labirinto sem fim.

Sempre acho que não sei fazer poesia.
Não é coisa de se comer.
Muitas foram feitas por se fazer.
Algumas ferem, outras lindas e findas.

Sempre acho que não sei fazer poesia.
Mas porquê devo saber?
Poesia não é matemática.
É como nata ao bel prazer.

Sempre acho que não sei fazer poesia.
Me intriga.
Me pergunto:
O por que?

Acho mesmo que não sei fazer poesia.
Simplesmente gosto de lê.
Aprender com a sabedoria de Patativa do Assaré, 
 Cora Coralina e assim possa aprender.

Mas continuo achando que poesia não sei fazer. 

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