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quarta-feira, 16 de julho de 2014

Homens noturnos.






É tarde da noite, madrugada debruçando nos gritos isolados.
O guarda noturno(ainda existe?), apita por apitar.
Passeia na solidão, café e pão.
Profissão que não entendo.
Que segurança pode nos dar e lhes garantir o respirar?
Pedalam suas velhas bicicletas prá lá e prá cá.
Convivem com o terror da noite e seus recicladores.

Velhos desgastados pelo tempo e jovens ainda por viver.
Desconfiados e de pouca conversa.
Talvez não tenham muito o que falar.
Silvando em tons dissonantes nada por mudar.
Chegam lá pelas 22:00 e somem ao dia raiar.
Quase sempre aceitam um cigarrinho por oferecer.
Se uma camisa é doada, pronto, querem!

Um ou outro um boa noite lhes dá.
Passam quase que despercebidos.
Nem um agasalho por embrulhar.
Existem na solidão da lua.
Esporadicamente um namorico qualquer.
Quem são estas pessoas por vagar?
Guarda noturno ou não tem o que guardar?

Quem administra, alimenta, paga estes pagãos?
Quem deles pode cuidar a não pedaladas por dar?
São homens que enfrentam chuva, frio e a calada da noite.
Tenho curiosidade pelo seu silibar.
Pelo seus gostos, sonhos, noites sem amar.
Quem sabe uma bicicleta nova, botas confortáveis e ausência de crimes que não podem evitar.
Talvez até já se acostumaram com os gatos noturnos por miar.

O dia alvoreceu.
Aonde irão descansar?
Na casa de Maria ou numa porta de bar?
Cansados por incontáveis noites perdidas precisam dormitar.
Amanhã voltarão - mesmo ritual que parece não acabar.
São GUARDAS NOTURNOS, que pouco pude conversar;talvez por isso
tenho pouco a acrescentar.

E se a bicicleta quebrar?
Cadê o fardamento?
O lanche?
Sua vida !

* Primeiro texto pós Cabeça de Frade.







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